quarta-feira, 22 de abril de 2009

MESMO FORTE, IMPERIALISMO NÃO É INVENCÍVEL

Li hoje no site “Vermelho” a seguinte reportagem de Carolina Campos, de Fortaleza:

“Em passagem por Fortaleza nesta quinta-feira (16), para realizar uma palestra sobre a “Paz na Palestina e no Mundo”, Socorro Gomes, presidente nacional do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e presidente do CMP (Conselho Mundial da Paz), falou com o caderno cearense do Portal Vermelho. Em entrevista, ela comentou sobre a situação dos conflitos na faixa de Gaza e o genocídio cometido por Israel contra o povo palestino, sobre as primeiras impressões do presidente americano Barack Obama e ainda sobre a atuação do Cebrapaz no Brasil.

Socorro Gomes afirma: o conflito que acontece na Faixa de Gaza não é simples. “A Palestina vem sendo martirizada desde 1947, ainda quando a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Estado de Israel e, na mesma resolução, também criou o Estado da Palestina”. Segundo a historiadora, os palestinos contam atualmente apenas com 37% do seu território original, o resto foi tomado através da força por Israel na busca de expandir seu território.

“Este massacre é antigo, só ficou mais evidente a partir do final do ano passado por conta do genocídio praticado pelos israelenses. Em nome da expansão territorial, eles buscaram eliminar qualquer tipo de resistência contando com o apoio americano tanto no campo político quanto no econômico. Os Estados Unidos têm interesse em apoiar Israel por conta de sua localização estratégica dentro do Oriente Médio”, informou Socorro. A historiadora afirma que a estratégia de hegemonia americana na região ainda gira em torno do petróleo e na busca de uma nova conformação geopolítica no Oriente Médio.

Para a presidente do Cebrapaz, é inconcebível que o Estado de Israel tenha agido de forma tão bárbara tendo como principal alvo civis, crianças e mulheres. “Nada era respeitado. Comboios de ajuda da ONU, Cruz Vermelha, hospitais, escolas. Eles romperam com todos os acordos internacionais de proteção às vítimas de guerra”, indigna-se a historiadora.

Segundo Socorro Gomes, o Cebrapaz participou ativamente das ações do Fórum Social Mundial (FSM), realizado em Belém em janeiro deste ano. Na Tenda da Paz, organizada pelo Centro, aconteceu o ato de lançamento de um abaixo assinado a ser encaminhado para o Tribunal Penal Internacional solicitando que Israel seja julgado por crimes de guerra contra o povo palestino. “Os militantes da paz gritaram quando constataram o genocídio. Não podemos cruzar os braços e ver inocentes serem mortos desta forma. Temos o dever de fazer alguma coisa”, conclama.

ESTADOS UNIDOS

Apesar de ainda achar precipitado fazer alguma avaliação da atuação de Barack Obama, Socorro ressaltou que ele já deu alguns passos importantes. “Claro que temos que dar um voto de confiança. Sabemos que ele tem boas intenções mas achar que uma pessoa vai mudar a natureza da estrutura imperialista, é cegueira”, defende a presidente do Cebrapaz ao mesmo tempo em que relembra que durante a era Bush vários crimes contra a humanidade foram cometidos pelos americanos.

Sobre o anúncio feito por Obama de que no prazo de um ano os Estados Unidos irão fechar a prisão de Guantanamo, em Cuba, Socorro faz uma ressalva. “Apesar de ser um gesto positivo, ele não falou em devolver o território aos cubanos. Foi um gesto muito aquém do que deveria. Ele apenas sinalizou que reconhecia os crimes que lá eram cometidos”, ressaltou.

Ainda acerca dos Estados Unidos, Socorro Gomes informou que o país mantém mais de 750 bases militares espalhadas no mundo e que, apesar da crise, Obama garantiu que iria investir só neste ano um trilhão de dólares em armas.

CEBRAPAZ

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz atua no Brasil mantendo relações internacionais com órgãos de outros países. Fundado em 2004, o Cebrapaz busca a paz mundial, a soberania dos países e a luta antimperialista.

Com núcleos em 15 Estados, o Cebrapaz realizará em julho deste ano, no Rio de Janeiro, seu primeiro congresso. “Nele iremos promover conferências internacionais sobre a luta pela paz no mundo, debater as ameaças que países vivem, realizar oficinas, buscar formas de fortalecer a cultura de paz e ainda como ampliar as ações do Cebrapaz no Brasil”, informa Socorro Gomes.

A historiadora defende que os povos estão se levantando, questionando e gritando por justiça. “O Vietnã é exemplo disso, a resistência dos palestinos também. Por mais que o imperialismo seja forte, ele não é invencível. Sinto que ele já está em decadência”, comemora Socorro Gomes.”

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