Li hoje no site “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim:
“Que país é esse que dá a Daniel Dantas o direito de dizer o que bem entende diante da uma comissão de deputados?
Que pais é esse em que o PiG (*) “repercute” as gravíssimas acusações de Dantas, sem nenhuma ressalva?
Dantas pode dizer que os juízes de primeira instância são corruptos.
Que o Ministério Público o acusou com provas forjadas.
Que a Polícia Federal forja provas.
Que a Justiça (de primeira instância) o acusa com provas forjadas.
E não acontece nada?
Só há uma explicação – como diz a revista Carta Capital – Dantas é o dono do Brasil.
Dantas é um câncer cuja metástase corroeu TODAS as instituições: no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e na imprensa.
Como disse a corajosa senadora Heloísa Helena, quando se recusou a fazer perguntas a Dantas na malfadada CPI do mensalão: Dantas é o maior corruptor do Brasil.
Ou seja, um passador de bola, que o presidente da elite branca e separatista (no caso da elite de São Paulo) chama de “brilhante”.
Esse país sob metástase convoca Bernard Madoff para depor na Câmara dos Representantes e no dia seguinte o New York Times publica:
“Dantas acusa Protógenes de forjar prova e fazer escuta legal.” Folha (***) pág. A6
“Dantas diz à CPI que foi vítima de grampo ilegal”, Globo, pág. 10.
“Delegado fraudou grampo, diz Dantas”, Estadão, pág. A10.
É mais ou menos assim o que diriam o Estadão, a Folha e o Globo:
“Al Capone diz que Eliot Ness fraudou provas”.
Ou seja, para que Eliot Nesse tivesse fraudado as provas, seria preciso contar com a criminosa cumplicidade do Ministério Público e da Justiça do Estado de Illinois, que o levou ao banco dos réus.
Ou seja, Dantas e seus aliados – os amigos dele na CPI e no PiG (*) – maculam a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça que pune os crimes de colarinho branco de forjar provas contra um santinho do pau oco .
Qual o papel do PiG (*) e dessa CPI circense?
O que fazem lá o deputado serrista Marcelo Lunus Itagiba e Raul Jungamnn?
Os dois, como se sabe, receberam dinheiro para a campanha de um sócio de Dantas, Dório Ferman.
Foi dinheiro legal.
Mas por que o Dório Ferman não financiou a campanha da Luciana Genro? Do Chico Alencar? Do Biscaya? Do Ivan Valente? Do José Nery?
O papel de Jungmann e de Itagiba na CPI é o mesmo do presidente que tem medo, o presidente Lula; de seu ministro da Justiça, Abelardo Jurema; do Supremo Presidente do Supremo Tribunal, Gilmar Dantas, segundo Ricardo Noblat; de Nelson Jobim, o ministro da Defesa que produziu uma babá eletrônica para enforcar o ínclito delegado Paulo Lacerda; e do suspeito de torturar, o diretor geral da Polícia Federal, que nomeou o delegado Amaro para prender o ínclito delegado Protógenes Queiroz e o repórter da Globo, César Tralli (porque não pode prender um sem prender o outro …).
(Tomara que prendam o Protógenes!)
O papel deles todos é melar a Satiagraha.
Melar a Satiagraha significa: absolver a elite branca, de olhos azuis, deste país.
Ali na Satiagraha e nos HDs que a equipe do ínclito delegado Protógenes Queiroz pegou no apartamento de Dantas em Ipanema estão a lavagem de dinheiro da elite branca brasileira.
E isso tem que morrer antes de nascer.
Na própria Satiagraha, quando o delegado Ricardo Saadi acabar o serviço (tá demorando, hein, delegado?) já dá para pegar muita gente.
Por exemplo, o ínclito delegado Protógenes Queiroz deixou lá dentro da Satiagraha toda a escuta da transação que resultou na patranha da BrOi.
O que fizeram Jungmann e Itagiba, naquele picadeiro central da CPI dos Amigos de Dantas?
Enfiaram no mesmo saco: a Satiagraha, Protógenes, Paulo Lacerda, De Sanctis, e o procurador De Grandis.
E no mesmo saco cabe o Daniel Dantas, já condenado por um crime menor: o suborno de autoridade federal.
Disso aí, Jungmann e Itagiba não podem mais salvar Dantas.
E por isso aí, esse crime menor (na escala Dantas de crimes), por isso aí, com chicanas e a simpatia de juízes, ele jamais irá em cana.
O negócio de Itagiba, Jungmann e Dantas é usar a CPI para melar a Satiagraha.
Papel decisivo desempenhará aí o relator Nelson Pelegrino, que ainda não atravessou a rua para pegar as 250 caixas que estão na Brasil Telecom, com a história dos grampos de Dantas em parceria com a Kroll.
A estratégia política de Itagiba e Jungmann foi fazer com que todos os gatos ficassem pardos: De Sanctis, Lacerda, Protógenes, Maddoff, De Grandis, Al Capone, John Dillinger, Fernandinho Beira-Mar etc e tal.
É tudo uma coisa só – e nada vai acontecer.
Se o amigo navegante pensa que aquela CPI é apenas um patético exercício circense, de deputados à busca de visibilidade, engana-se.
Aquilo ali tem começo, meio e fim.
O fim é o de sempre: salvar Dantas.
Ele é o dono do Brasil.
Duas perguntas: quem fez o power-point do Itagiba?
Outra pergunta: aquela senhora loura com crachá do STF, que deu cola ao Itagiba, foi em missão oficial?
Uma funcionária do Supremo, Andrea Mesquita, disse ao Conversa Afiada que não foi ninguém do Supremo lá. E se houver uma foto ? Uma imagem, sra Mesquista ? Essa é uma resposta oficial do Supremo ? A senhora pode mandar essa resposta por escrito ? Ela bateu o telefone.
O Conversa Afiada vai enviar, de novo, a todos os ministros do Supremo a pergunta: foi o senhor quem mandou uma funcionária à CPI dos Grampos?
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”
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