Li ontem no UOL a seguinte reportagem de Rosanne D'Agostino:
“Após o indiciamento de investigados pela Operação Satiagraha nesta segunda-feira (27) pela Polícia Federal, entre eles o banqueiro Daniel Dantas, sócio-fundador do grupo Opportunity, o procurador do caso, Rodrigo De Grandis, afirmou que já possui elementos suficientes para apresentar denúncia contra os suspeitos. Isto significa que eles podem vir a responder a processo por crimes financeiros.
Segundo o procurador, a denúncia será apresentada com base em provas e depoimentos colhidos desde o início das investigações, que culminaram, em julho de 2008, nas prisões de Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do megainvestidor Naji Nahas.
"Tenho sólidos elementos de que houve crimes financeiros", disse o procurador, que prefere, no entanto, aguardar a conclusão do inquérito pelo delegado Ricardo Saadi, que conduz a Satiagraha desde a polêmica saída do delegado Protógenes Queiroz.
Em nota divulgada em Brasília, a Polícia Federal afirmou que no inquérito da Satiagraha houve 13 indiciamentos pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, empréstimo vedado e formação de quadrilha. Os nomes dos formalmente suspeitos não foram divulgados. Hoje em São Paulo, foram ouvidos Daniel Dantas, Verônica Dantas (irmã do banqueiro), Arthur Joaquim de Carvalho, Eduardo Penido Monteiro, Norberto Aguiar Tomaz e Daniele Ninio. Inicialmente, na PF de São Paulo, o advogado do grupo Opportunity confirmara apenas estes indiciamentos.
O grupo Opportunity, por meio de nota, considerou os indiciamentos de hoje "arbitrários" e classificou a medida como uma "boia" de salvamento da Satiagraha.
O relatório final da investigação deverá ser entregue ao juiz da 6ª Vara Federal de São Paulo até o final desta semana. Com base nesse relatório, o procurador De Grandis ainda deve definir por quais crimes cada um será acusado à Justiça.
"Tenho acompanhado as investigações desde o início. Sempre existiram elementos que configuram crimes financeiros. A investigação não foi trancada, pelo contrário, o TRF [Tribunal Regional Federal] da 3ª Região manteve, inclusive, o entendimento de que é permitida a participação de agentes da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]", disse o procurador, que avalia que a troca de delegados durante a Satiagraha não prejudicou o andamento da operação.
De Grandis também considera que o fato de os investigados terem ficado em silêncio em depoimento à PF nesta segunda apenas os prejudicou. "Vejo o silêncio como incompatível com alguém que se diz inocente", afirmou o representante do Ministério Público. Segundo ele, dificilmente haverá outra chance de os suspeitos se manifestarem no inquérito. "Fiquei frustrado."
O procurador também afirmou que os indiciamentos não serão necessariamente a fundamentação da denúncia, mas elogiou o delegado do caso. "O inquérito de Saadi guarda muita pertinência."”
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