Do “Carta Maior”:
“Os gestores de dinheiro ilegal sempre acabam
irrigando o ‘caixa 2’ de políticos --seja
em nome próprio, para comprar proteção, seja a mando das empresas para as quais
trabalham -, no toma lá dá cá que rege as relações
entre a plutocracia e o poder, em regimes de democracia
representativa, refém do financiamento privado das campanhas eleitorais.
Há pouco, uma pesquisa norte-americana mostrou que
brasileiros tinham cerca de US$ 520 bi (R$ 1 trilhão de reais) em paraísos
fiscais. O estudo 'The Price of Offshore
Revisited', feito por ex-economista-chefe da consultoria “McKinsey”,
cruzou dados do “Banco de Compensações Internacionais”, FMI, Banco Mundial e
governos nacionais (portanto, está
subestimado). Conclusão: desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais
ricos de 139 países aumentaram de US$ 7,3 trilhões para US$ 9,3 trilhões a
"riqueza offshore”. Os
depósitos de brasileiros formam o quarto maior volume do planeta nessa
modalidade de evasão financeira e fiscal.
A desregulação financeira e o desmonte dos Estados
nacionais pelo credo neoliberal --apoiado enfaticamente no Brasil pelo mesmo
jornalismo que agora pede sangue ao STF-- lubrificou e potencializou essa
dinâmica.
O nefasto sistema de “caixa 2” de campanhas
eleitorais consome alguns farelos dessa engrenagem. A hipocrisia da
direita - e a do STF, bem como a do
Procurador Geral que arquivou a operação ‘Monte Carlo’, beneficiando Cachoeira
et caterva-- se esponja nessa gota de água turva. E poupa o lamaçal.”
FONTE: cabeçalho
do site “Carta Maior” 2ª feira, 06/08. (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) [Imagem
obtida no Google e adicionada por este blog ‘democracia&política’].
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