Por Emir Sader
“O governo criou as melhores condições possíveis,
no marco atual de pressões recessivas internacionais, para que aumentem os
investimentos – diminuição significativa da taxa de juros, desvalorização do
real, retirada de impostos -, mas a reação do grande empresariado é quase
nenhuma. Antes, criticavam o governo quando a taxa de juros era mantida, quando
o dólar estava muito desvalorizado. Quando o governo atende a essas
reivindicações, as entidades empresariais simplesmente se calam e se somam ao
coro aziago da diminuição do crescimento econômico.
É um grande empresariado acostumado ao modelo anterior, baseado na exportação, no consumo de luxo e na especulação. Acostumado com a superexploração do trabalho, com modelos econômicos voltados para atender às necessidades de um terço da população.
O modelo neoliberal promoveu a hegemonia do capital financeiro, sob sua forma especulativa. Não a que financia a produção, o consumo, a pesquisa, mas a que vive da compra e venda de papéis, a que não cria nem bens, nem empregos.
Quando desregulamentou a economia, ao invés de ser retomado um ciclo expansivo da produção, houve brutal transferência, em escala mundial, de capitais do setor produtivo para o especulativo. Porque o capital não está feito para produzir, mas para acumular. A desregulamentação deixou o capital livre para buscar os maiores lucros possíveis. Encontrou, na especulação financeira, onde ganha mais, com menos impostos e liquidez total, o destino privilegiado dos seus investimentos.
Não existem os empresários produtivos e os especulativos. Todo grande grupo econômico tem um ramo especulativo que, atualmente, via de regra, é o que gera mais lucros.
Quem garante o financiamento aos programas sociais do governo são os bancos públicos. Quem injeta dinheiro na economia, de diferentes maneiras, é o governo.
Temos uma burguesia rentista, que vive da especulação, que resiste à reconversão do modelo de hegemonia do capital financeiro a um modelo produtivo. O governo tem que agir cada vez mais na direção do condicionamento dos créditos, das isenções, de toda forma de favorecimento do capital privado, com contrapartidas estritas em termos de produção e de geração de empregos, com um peso cada vez maior do Estado, para não depender do ânimo e do espiríto especulativo de grandes setores do empresariado privado.”
É um grande empresariado acostumado ao modelo anterior, baseado na exportação, no consumo de luxo e na especulação. Acostumado com a superexploração do trabalho, com modelos econômicos voltados para atender às necessidades de um terço da população.
O modelo neoliberal promoveu a hegemonia do capital financeiro, sob sua forma especulativa. Não a que financia a produção, o consumo, a pesquisa, mas a que vive da compra e venda de papéis, a que não cria nem bens, nem empregos.
Quando desregulamentou a economia, ao invés de ser retomado um ciclo expansivo da produção, houve brutal transferência, em escala mundial, de capitais do setor produtivo para o especulativo. Porque o capital não está feito para produzir, mas para acumular. A desregulamentação deixou o capital livre para buscar os maiores lucros possíveis. Encontrou, na especulação financeira, onde ganha mais, com menos impostos e liquidez total, o destino privilegiado dos seus investimentos.
Não existem os empresários produtivos e os especulativos. Todo grande grupo econômico tem um ramo especulativo que, atualmente, via de regra, é o que gera mais lucros.
Quem garante o financiamento aos programas sociais do governo são os bancos públicos. Quem injeta dinheiro na economia, de diferentes maneiras, é o governo.
Temos uma burguesia rentista, que vive da especulação, que resiste à reconversão do modelo de hegemonia do capital financeiro a um modelo produtivo. O governo tem que agir cada vez mais na direção do condicionamento dos créditos, das isenções, de toda forma de favorecimento do capital privado, com contrapartidas estritas em termos de produção e de geração de empregos, com um peso cada vez maior do Estado, para não depender do ânimo e do espiríto especulativo de grandes setores do empresariado privado.”
FONTE: escrito
pelo cientista pol Emir Sader e publicado no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1050).
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