Do portal “Viomundo”
“O
noticiário das últimas horas está salpicado de dados e fatos que ensejam
maior reflexão sobre os rumos do país.
Eles não
revogam os desafios que cercam a largada para um novo ciclo de crescimento. Os
impulsos nesse sentido são objetivos. Encerram escolhas estratégicas. Seu
escrutínio requer o discernimento engajado da sociedade.
Mas, se
não contradizem essa inflexão, os indicadores correntes exibem, ao mesmo tempo,
uma vitalidade que desautoriza a sofreguidão do jogral conservador. Seu
repertório para 2014 consiste em passar uma borracha nos avanços econômicos e
democráticos dos últimos 11 anos, com um objetivo claro: revogar as balizas sociais que influenciaram a ordenação da economia na
última década. Impedir que elas condicionem a pavimentação do novo ciclo.
Ou seja,
desconstruir a essência do que deve ser preservado. Trata-se de
enfraquecer ou desmoralizar o esboço de Estado Social que vem
sendo erguido desde 2003. Martela-se, diuturnamente, o antagonismo com
aquilo que a ortodoxia receita como ‘macroeconomicamente
consistente’ para o país. Para qualquer país.
A saber,
a máxima desproteção do interesse público e o supremo favorecimento dos
interesses privados. Provar que esse ‘Estado-estorvo’
está esgotado implica colonizar o imaginário social com a esférica narrativa de
um Brasil aos cacos. Um país reduzido a uma montanha desordenada de erros,
fracassos e fiascos.
Aí
começam os problemas. O balanço linear é desmentido pela complexidade da luta
pelo desenvolvimento, cujos conflitos, inexoráveis, escapam aos modelos puros
de laboratório.
Alguns
dados das últimas horas evidenciam uma sociedade em rota de colisão com a
regressividade proposta para o seu futuro: o
pré-sal já produz 357 mil barris por dia: os preços ao consumidor desaceleraram
em maio (FGV); a indústria cresceu 1,8% em abril e 8,4% acima de abril de 2012
(IBGE); o Brasil é o 4º maior mercado de cimento do planeta: só perde para
China e Índia; praticamente, empata com os EUA; pequenas empresas criam 4 mil
empregos por dia no país.
A forma
como esses dados são veiculados e interligados; o destaque que merecem
e lhes é subtraído, influenciam a percepção, as expectativas e a ação dos
atores sociais. Hoje, essa modelagem está 90% nas mãos da mídia “conservadora”,
que opera um sequestro em marcha, rumo a 2014: o do discernimento da nação sobre ela mesma. E esse talvez seja o
maior e o mais dramático gargalo a ser enfrentado na definição do passo
seguinte do desenvolvimento brasileiro.”
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