Por Fernando Brito
“A gente é tão bombardeado pela
mídia com notícias catastróficas sobre a economia brasileira que, quando alguém
diz que não há desastre algum, ficam achando que é algum “bobinho” ou governista
fanático tentando “dourar a pílula econômica”.
Pois, afinal, até o presidente do
Banco Central entra no coro da inflação alta e aumenta os juros, não é?
Ontem mesmo, os jornais anunciaram
que, acima do que era esperado, IGP-DI subiu 0,32% em maio, após
queda em abril, informa FGV.
Mas o que isso quer dizer? Ou
melhor, o que não se quer dizer?
Primeiro, que esse índice está assim
exclusivamente porque o custo da construção civil subiu 2,25%, puxado pela alta
de 3,77% no preço da mão de obra. Porque os preços no atacado ficaram estáveis
(+0,01%) e os do varejo subiram menos que no mês anterior, passando de 0,52%
para 0,32%.
Segundo, que esse índice, no
acumulado em 12 meses, substitui um de maio de 2012, que era de 0,91%.
Portanto, no cálculo da inflação anual, sai 0,91% e entra 0,32%. Uma bela
baixa, que deixa a série do acumulado assim: janeiro – 8,11%; fevereiro –
8,24%; março – 7,97%; abril – 6,83% e, finalmente, maio – 6,2%.
Isso é uma “disparada
inflacionária”?
Ou será que a “Fundação Getúlio
Vargas” virou um órgão governista?
Perfeitamente, vamos ver então o
acumulado em 12 meses do “Índice de Preços ao Consumidor” da FGV, no gráfico
menor.
Ué, cadê a disparada?
Vejam, ninguém diz que não há
inflação, porque há. Mas daí a dizer que ela está subindo explosivamente, há
anos-luz de diferença.
De diferença ou de má-vontade, como
disseram quarta-feira os alemães do “Deutsche Bank”.
Porque, com a pachorra de fazer um
graficozinho no Excel – tem uma colunista
que ama gráficos – dá pra ver, sem dúvida alguma, que não tem “disparada da
inflação”.
O que subiu, sim, em nome disso, foi
o dinheiro que eu, você, o Governo e o Brasil pagam à turma do terrorismo
econômico.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço”
(http://www.tijolaco.com.br/index.php/para-quem-nao-cre-no-terror-economico/).
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