quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FHC, BENEFICIÁRIO DO “À VISTÃO” (PARA COMPRA DE VOTOS), CRITICA O “MENSALÃO”...


[Observação deste blog ‘democracia&política’: O cinismo e a hipocrisia de FHC e dos tucanos são estarrecedores.


Em 1997, gravações telefônicas colocaram em evidência o escandaloso e milionário esquema de pagamentos a parlamentares para a aprovação da emenda constitucional que permitiu a reeleição de FHC e a manutenção do PSDB e PFL-DEM no poder.


Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL (DEM) do Acre, confessaram ter recebido [cada parlamentar], à vista, R$ 200 mil [na época equivalente a aproximadamente 150 mil dólares] para votar a favor do projeto. Para escapar da inelegibilidade, eles renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido.


O pedido de abertura de CPI foi bombardeado pelos governistas. Não se investigou os demais envolvidos.

Nem o Ministério Público, nem o STF, nem a Polícia Federal, nem a grande imprensa quiseram saber quantos foram corrompidos, quais eram os corruptores interessados na reeleição, qual a origem e o montante de recursos públicos utilizados, a quantos anos de cadeia cada um deveria ser condenado etc, etc, como fazem hoje. Somente houve algum, mas efêmero, destaque sobre a “venda” dos votos e os dois vendedores confessos. Jamais se tocou no assunto “compra” de votos.


Assim, o “à vistão” foi enterrado, esquecido.


Impunes, pouco depois os tucanos criaram o milionário esquema de desvio de recursos públicos (de estatais) para pagamentos a candidatos e parlamentares do PSDB e de partidos aliados, que veio a ser eufemisticamente batizado pela imprensa de “mensalão mineiro”, ou "mensalão de Furnas", jargões diversionários para restringir a culpa em uma limitada região geográfica ou empresa. (Ver logo após este texto postagem de hoje, deste blog, sobre a “Lista de Furnas”)


Agora, estão todos chocados com o “mensalão” do PT. Risível...


Vejamos, a seguir, a tragicômica reportagem da tucana “Folha de São Paulo” de ontem (31) sobre “nobres e sábias” considerações de FHC [trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’]:

“STF PRECISA OUVIR A OPINIÃO ‘PÚBLICA’”, diz FHC

“O ex-presidente afirma que os juízes devem analisar o caso sabendo que a lei não é algo sem 'relação com a vida' [“vida” que ele quer dizer é “grande mídia”]

Em vídeo postado na internet, tucano diz acreditar que o Supremo mostrará que as “instituições valem”.

Ao comentar o julgamento do mensalão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contestou [segunda-feira] as críticas que os ministros do Supremo Tribunal Federal têm recebido por levarem em conta a “opinião pública” em decisões recentes [melhor seria ele logo dizer “opinião publicada”].

"Claro que o juiz julga pela lei, mas a lei não é algo que não tenha relação com “a vida” [ele quis dizer com “a pressão da mídia”]. Claro que [a "opinião publicada"] não pode substituir a lei. Mas a existência de opiniões da sociedade faz parte de processo eminentemente político", afirmou o ex-presidente da República.

Para o tucano, os ministros do Supremo deverão, contudo, saber separar no julgamento o "joio do trigo".

O tribunal começará a julgar os 38 réus do mensalão depois de amanhã.

De acordo com o ex-presidente, o caso deve marcar a história política do Brasil.

Ele afirmou ainda que o julgamento ocorre em momento que o Supremo vem assumindo atitudes para a “consolidação da democracia” [essa “consolidação”, contudo, está violentada pelo engavetamento do mensalão do PSDB. Apesar de mais antigo, o julgamento do mensalão tucano, por motivos ideológicos, foi ultrapassado pelo do mensalão do PT, este julgado politicamente "mais importante e mais urgente”].

"Eu tenho muita confiança em que o Supremo mostrará que as instituições no Brasil valem", afirmou. [“valem” desde que não tragam à tona o mensalão tucano...].

IMPUNIDADE

FHC também pediu a atenção da população ao resultado, pois ele pode rebater a ideia de que a corrupção no Brasil está ligada à não punição de envolvidos. [Desde que os punidos não sejam demotucanos].

O ex-presidente defendeu julgamento “isento” e afirmou que o Supremo tem tomado decisões corajosas [“Isento”, para ele, significa “de acordo com a pressão da mídia demotucana oposicionista].

"O que for correto absolve, e o que for crime castiga", afirmou o tucano.

A declaração do ex-presidente foi feita em vídeo postado no site "Observador Político", criado por ele. O tucano promete publicar outros dois vídeos sobre o assunto nesta semana.

Segunda-feira, o PSDB também divulgou um vídeo no qual afirma "explicar o escândalo do mensalão" [Somente um dos mensalões. O deles permanecerá escondido. Até quando?].

O partido se esforça para ligar o mensalão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é réu do processo.

"Mesmo diante de todos esses fatos, o PT e o presidente Lula insistem em negar a existência do mensalão", afirma o narrador do vídeo.

Depois de exibir diversas declarações do petista, a peça tucana termina com a frase: "Lula, o povo não é bobo". [Os tucanos sabem que o povo não é bobo, pois não esqueceram as derrotas em 2002, 2006 e 2010].

FONTE: da “Folha de São Paulo”  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/57794-stf-precisa-ouvir-a-opiniao-publica-diz-fhc.shtml) [Título, imagem do Google, observação inicial e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

10 comentários:

Vila disse...

Eles não são "cínicos", como não são, tampouco, bobos-feios: eles estão em guerra de vida ou morte contra nós.

A palavra "À Vistão" é excelente, como propaganda de democratização e respostão DE PROPAGANDA. Mas vocês ainda estão muito 'argumentativos'. E é preciso aprender a fazer PROPAGANDA POLITICA. Por exemplo: a palavra de mais alta ocorrência na blogosfera petista é... "Serra". Assim, vcs tornam cada dia mais inesquecível a palavra "Serra" e não tornam lembrável a palavra HADDAD. HADDAD. HADDAD. HADDAD. HADDAD. Temos de escrever no mínimo 5 vezes HADDAD para cada cerra q sejamos OBRIGADOS a escrever (e não sendo indispensável, NÃO SE ESCREVE A TAL PALAVAR QUE TERMINA COM "ERRA-ERRA-ERRA".

Unknown disse...

Vila,
Alguns de seus conceitos fazem sentido. Contudo, este blog não tem como objetivo a propaganda política, nem competência para isso. Relatamos os fatos acima como fatos, e não como propaganda. Para aprender propaganda política, um bom caminho é ler as linhas e entrelinhas da "grande" [sic] mídia brasileira. Ela é PhD nessa área psicossocial.
Maria Tereza

Unknown disse...

Resposta da Vila Vudu corroborada pela redecastorphoto:

Companheiro do Blog Democracia & Política:
NÃO. NÃO. NÃO. Perdoe a ênfase, por favor, mas o que você escreveu está ABSOLUTAMENTE ERRADO.
A ideia de que algum “jornalismo” seria o contrário de “propaganda”, e de que “propaganda” seria algo indesejável, algo que se deve evitar, é o coração do asneirol de que vivem as ilusões liberais dos “sem política” -- e como sempre completa um dos nossos – “e também sem-noção”.
A mídia brasileira como qualquer jornalismo-empresa é EMPRESA. Como empresa, o jornalismo/mídia visa ao lucro, não a algum ideal de bem informar ou de formar opiniões democráticas. A ideia de que haveria fato além do fato narrado também é viciada pelo mesmo ideário “jornalístico”. Explico com um exemplo:
-- o fato "mensalão" nunca existiu no mundo real. Mas o fato "mensalão" foi criado no e pelo jornalismo-empresa, pq interessava ao jornalismo-empresa no específico caso do jornalismo-empresa no Brasil, a partir da eleição do presidente Lula. Então, o fato foi noticiado por quem o construiu, quero dizer: foi posto em formato de notícia e implantado na discussão social.
(continua)

Unknown disse...

Esse foi o antisserviço antissocial de que são autores diretos a jornalista Renata LoPrete e a empresa FSP para a qual aquela jornalista presta serviços, e o deputado Roberto Jefferson, que fez o que fez pq precisava de uma bomba atômica para escapar da acusação de ladrão, por ter dado sumiço a uma mala cheia de dinheiro que não se sabe (ainda) quem entregou a ele, com dinheiro a ser entregue ao partido dele. E tão bem foi inventado o fato "mensalão" e tão firmemente foi implantado no mundo, como se existisse, que já, embora JAMAIS TENHA ACONTECIDO, é hoje, até, objeto de um processo judicial, com réus pré-condenados e pré-executados e tudo! O impossível aconteceu.
O jornalismo SEMPRE CRIA o fato que lhe interessa e, em seguida, SEMPRE o implanta na discussão social, mediante, dentre outros recursos, a REPETIÇÃO INCANSÁVEL, sempre da mesma narrativa, à qual sempre se vão acrescentando "novos detalhes" para manter ligada a atenção geral.
Cabe, é claro, a quem se oponha e deseje resistir aos FATOS que o jornalismo-empresa cria e implanta, construir também os OUTROS FATOS que lhe interesse construir, e implantá-los na discussão social.
(continua)

Unknown disse...

Não é preciso ser comunista para saber disso há muito tempo: a imprensa liberal TAMBÉM sabe disso.
Por isso, a imprensa liberal sobrevive há tanto tempo em todo o mundo: porque, embora venda ar engarrafado -- porque TODA A IMPRENSA-empresa vive de vender ar engarrafado, com a única diferença de que o ar engarrafado que a imprensa progressista vende é ar engarrafado que pode ser um pouco mais democrático e pode ser também ar engarrafado de ativa DEMOCRATIZAÇÃO -- a imprensa liberal dá alguma voz às vozes minoritárias.
Assim se faz a boa imprensa que há ainda em alguns países, mas que NUNCA houve no Brasil, nem por uma semana.
Que TODOS OS FATOS que se implantam (que são “pautados”, no jargão de jornais e jornalistas) na discussão social são CONSTRUÍDOS com o material da realidade circundante momentânea, é evidentemente o único fato que sobrevive ao jornal de ontem: comunistas e liberais JÁ SABEM que todos os fatos são construídos.
Vê-se hoje, por exemplo, que a Rede Globo já está, até, pré-construindo o fato “julgamento do mensalão”, com chamadas antecipadas para o fato que só será fato daqui a alguns dias!
(continua)

Unknown disse...

Então, assim como o jornalismo de esgoto que se vende no Brasil a consumidores (que, no Brasil, são necessariamente ELEITORES) constrói os fatos que mais lhe interesse construir, É OBRIGAÇÃO dos que se oponham à visão de mundo dos jornais-empresa que há no Brasil e desejem resistir contra aquela visão de mundo, CONSTRUIR TAMBÉM OS FATOS QUE NOS INTERESSEM. A isso a gente aqui chama de PROPAGANDA POLÍTICA DEMOCRÁTICA DE DEMOCRATIZAÇÃO.
Na sua preocupação de fugir da pautação da mídia-lixo, golpista, conservadora, reacionária e BURRA que há no Brasil, você esquece que, enquanto você se limita a responder a (e mesmo que se dedique a criticar!) o que aquela mídia escreve, VOCÊ AINDA ESTÁ PRESA NA PAUTAÇÃO QUE AQUELA MÍDIA ESTÁ IMPONDO.
Por isso nós dizemos que criticar o grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão) é perda de tempo e é contraproducente: o grupo GAFE sabe que, enquanto a blogosfera só fizer esculhambar o que eles noticiam, a blogosfera CONTINUARÁ pautada por eles... e nenhuma mudança acontecerá.
Novidade começará a haver, isso sim, quando a blogosfera aprender a SAIR DA PAUTAÇÃO do grupo GAFE e se dispuser a começar a aprender a fazer propaganda política democrática de democratização (que é o que o Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e a redecastorphoto tentam COMEÇAR A APRENDER, fazendo o que lhe dá na telha e analisando os resultados. Colhemos a dica-slogan de um grupo aí que milita na internet e que ensina: “Você não gosta da mídia? Seja a mídia!” -- o que se tornou possível, para os muitos, com a internet).
(continua)

Unknown disse...

Por incrível que pareça, cada vez que escrevemos o que aqui estamos escrevendo para vocês, o blogueiro responde “Não fazemos propaganda!”. Como se fazer propaganda fosse alguma espécie de coisa-feia, não ética ou não democrática.
Fazer propaganda democrática de democratização é suuuuuuper limpo, ético, belo, bom e justo e moral (além de ser suuuuuuper democrático e além de ser DEVER dos democratas e DIREITO dos que não têm voz e contam conosco, como alto-falantes solidários).
O difícil, nessa discussão, é que, para que a discussão avance, é indispensável DETONAR a ideologia (falsa, engambelativa) dos discursos de legitimação do jornalismo-que-há. E isso é MUITO difícil.
Detonar a ideologia dos discursos de legitimação do jornalismo-que-há é difícil, pra começar, porque esse papim de legitimação do jornalismo-que-há é ideologia; quer dizer, é uma verdade que só vale(ria) (precariamente!) num pequeno campo da realidade, mas que é apresentada como se fosse verdade universal sempre.
E é difícil, também, porque o discurso de legitimação engambelativa, que legitima o jornalismo-que-há, está plantado bem fundo na ideologia liberal sem luta política, sem-política (“e sem-noção”) que é um dos pilares do neoliberalismo.
Prá complicar o resto, o jornalismo é também profissão, quer dizer, é ganha-pão dos jornalistas, que, no modelo empresarial do jornalismo-que-há só têm emprego nas empresas jornalísticas. Então, os jornalistas são treinados para acrescentar conteúdo pessoal existencial humano àquela ideologia completamente desumana e engambelativa. E acrescentam.
De fato, a única saída progressista que há, para os jornalistas profissionais é eles entenderem que o único jornalismo possível, em sociedade radicalmente democrática e democratizada será, precisamente, o que nós chamamos de propaganda política democrática de democratização.
(continua)

Unknown disse...

Justamente porque é a única saída de revitalização democrática do jornalismo-morto, essa única saída que há é quase automaticamente FECHADA quase sempre, com o recurso ao argumento ideológico engambelativo segundo o qual haveria um jornalismo-do-bem, em luta contra a propaganda-do-mal (e em luta, também, contra um jornalismo-do-mal, sempre apresentado como uma parte do jornalismo, quando é, por definição e história, não uma parte, mas TODO o jornalismo liberal que alimenta os lucros do jornalismo-empresa).
Se você examinar sua resposta, verá que foi exatamente o que você tentou fazer -- sem nem perceber o que estava fechando: fechar a saída para a propaganda democrática de democratização, reproduzindo o discurso e a ideologia do jornalismo-que-há.
Essa discussão é longa e difícil. Mas nosso coletivo assumiu o compromisso de JAMAIS deixar sem resposta alguma resposta que REPRODUZA o discurso falso, fajuto, engambelativo de legitimação do jornalismo-que-há. Então, respondemos sempre, o mais dedicadamente que se consiga.
Contamos sempre com a possibilidade de que o nosso empenho consiga, pelo menos, arranhar a superfície da carapaça ideológica em geral. Somos, aqui, comunistas leninistas, maoístas e outros -istas do campo comunista e políticos e democráticos e de democratização. E trabalhamos contra o jornalismo e a favor da propaganda política democrática e de democratização. Somos muitos e trabalhamos pácas. Só a luta ensina.
[assina] Coletivo Vila Vudu de Tradutores

Unknown disse...

Prezados companheiros do "Coletivo Vila Vudu de Tradutores",
Realmente, vejo que fui infeliz no meu comentário. Preocupada com a síntese, percebo agora que me expressei mal na resposta e transmiti ideia incoerente com o que eu mesma penso. Por leitura erradamente rápida do seu comentário no meu blog, julguei que era um "conservador" irônica e sutilmente criticando minha postagem sobre FHC e o “à vistão”, rotulando-a, depreciativamente, de mera propaganda política dissociada dos fatos reais. É comum receber comentários de demotucanos (disfarçados em elogios iniciais) para, no conteúdo, defenderem as posições da direita e da “grande” mídia.
Concordo plenamente com os conceitos do comentário desse “Coletivo” expressos no “Redecastorphoto”. Somente ainda não estou convencida de que não devemos criticar matérias da imprensa. Não me sinto capaz de já seguir sua sugestão e somente “construir também os OUTROS FATOS que me interesse construir, e implantá-los na discussão social”. Tento aprender a fazer propaganda política democrática de democratização. Porém, penso que criticando, apontando erros, haja o efeito colateral nesse sentido apontado por esse Coletivo.
Por fim, enfatizo que não há divergência conceitual entre nós. Comprova isso a admiração que tenho pelos textos traduzidos e comentados pelo “Vila Vudu” e publicados no ótimo “Redecastorphoto”. Essa admiração está comprovada nas centenas de reproduções em meu blog de trabalhos desse “Coletivo” e do blog “Redecastorphoto”, o qual consta da minha curta lista de “Recomendamos”.
Maria Tereza (democracia&política)

Probus disse...

Foi o que eu disse pro Castor... "EU tô com a Maria Tereza".

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/08/resposta-ao-blog-democracia-politica.html

https://www.facebook.com/castorphoto