Por Helena Sthephanowitz
“Será que alguém conhece algum "Neves" no reino do tucanato ligado à multinacional Alstom? Porque tem um misterioso código "Neves" em um memorando da Alstom apreendido na Suíça com uma cifra anotada de 8,5% ao lado, investigada como sendo a suposta percentagem de pagamento de propina.
O Ministério Público está devendo elucidar quem é o "Neves" que está por trás dessa misteriosa conta, e recuperar o dinheiro surrupiado.
Quem resgatou a notícia foi o “Novo Jornal”, mas não adianta os tucanos ficarem nervosos e quererem desqualificar essa notícia, porque ela não é nova. Foi publicada em 2008 na revista “Época”, das “Organizações Globo”:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI7423-15228,00-O+CODIGO+NEVES.html
Eis trechos do texto da revista:
“O CÓDIGO "NEVES"
A investigação dos Ministérios Públicos federal e de São Paulo sobre o esquema de propinas do grupo francês Alstom para autoridades brasileiras em 1997 avançou bastante desde a chegada ao Brasil de documentos apreendidos pelo Ministério Público da Suíça. (...) Uma das principais peças da investigação é um memorando manuscrito em francês por um executivo da Alstom. Nele, é identificada a rota das propinas. O dinheiro iria para integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), funcionários da Secretaria de Energia e ainda para o caixa do PSDB. Na descrição dos intermediários da propina, o executivo da Alstom, em seu memorando, usou vários códigos. Entre eles constam “RM”, “CM”, “Splendor” e “Neves”.
Os investigadores acreditam já ter identificado três desses códigos. O tal “RM” seria Robson Marinho, ex-secretário da Casa Civil do governo Covas e atual conselheiro do TCE. “CM” seria Cláudio Mendes, um sociólogo que atuou como lobista de empresas da área de energia junto ao governo paulista entre o fim dos anos 80 e 2004. “Splendor” é uma das seis ‘offshore’ (empresas de fachada instaladas em paraísos fiscais no exterior) por onde também teriam sido feitos pagamentos da propina pela Alstom, segundo documentos do MP da Suíça. (...) E quanto ao código “Neves”? Os investigadores acreditam que era a pessoa responsável por transformar o suborno da Alstom em caixa de campanha do PSDB. O memorando do executivo da Alstom é de 21 de outubro de 1997. Nele, “Neves” aparece ao lado da cifra “8,5%”, suposto valor da propina. (...)”
FONTE: postado por Helena Sthephanowitz no blog “Os amigos do Presidente Lula”
(http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/12/documento-da-alstom-apreendido-na-suica.html)
COMPLEMENTAÇÃO
IMPRUDÊNCIA
Será que o 'trensalão' paulista pode descarrilar para Minas?
Por Helena Sthephanowitz
“O que levou o senador Aécio Neves (PSDB) a se envolver pessoalmente na batalha perdida da comunicação sobre o escândalo de corrupção da Alstom e da Siemens nos trens e empresas de energia nos governos tucanos de São Paulo?
Aécio vem da escola política mineira que cultiva a prudência e esperteza. Essas características recomendariam manter seu nome o mais longe possível do caso. Estava claro que haveria o alto risco de que atacar o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pelas investigações da Polícia Federal, viraria um tiro no pé, pois a opinião pública veria o caso como pressão pelo engavetamento. E foi o que aconteceu, apesar dos esforços editoriais da imprensa oposicionista em dar uma mãozinha aos tucanos para tentar colocá-los na posição de vítimas.
Para piorar, o gesto político de Aécio acabou por reforçar a impressão de maior envolvimento dos governos tucanos paulistas no escândalo, além de "contaminar" a imagem do senador mineiro. Afinal, para o público telespectador que acompanha superficialmente o caso, ao ver Aécio reclamando das investigações, pode até achar que ele estaria no rol de suspeitos.
Nem o fato de ele ser o presidente do partido justifica. Os tucanos poderiam escalar apenas os líderes na Câmara e no Senado, poupando seu pré-candidato à Presidência da República de se "contaminar". O governador paulista Geraldo Alckmin, por exemplo, evitou se expor.
Mas uma explicação para o comportamento do senador Aécio pode ser as estreitas relações da Alstom e seus ex-executivos com o tucanato mineiro, sobretudo através da CEMIG, a empresa de energia elétrica do governo do estado de Minas.
Em 2002, chama atenção a dispensa de licitação no contrato da CEMIG com o Consórcio Alstom/Orteng/Inelto para implantação da "Subestação Seccionadora Bom Despacho 3". O contrato foi executado durante o governo de Aécio Neves, que manteve o presidente da CEMIG, Djalma Bastos de Morais.
Em janeiro desse ano, a mesma Alstom anunciou que a CEMIG a selecionou em um contrato de 20 milhões de Euros para reforço da transmissão nas Subestações de "Bom Despacho 3" e "São Gotardo 2".
Outra coincidência curiosa é que, quando a CEMIG virou sócia da LIGHT, durante a gestão de Aécio Neves como governador de Minas, o escolhido para presidir a LIGHT foi José Luiz Alquéres, ex-presidente da Alstom no Brasil entre 1998 e 2006, período em que a multinacional é investigada por suposto pagamento de US$ 6,8 milhões em propina para políticos do PSDB para vencer licitações de US$ 45 milhões do metrô de São Paulo.
Outra pedra no sapato do tucanato mineiro é o testemunho do empresário Edson Brockveld – dono da “Brockveld Equipamentos” – na CPI dos Correios, dado em 2005. Brockveld contou que a ECT (Correios) abriu a concorrência internacional 016/99 para a compra de esteiras rolantes. A ECT estava sob hierarquia do Ministério das Comunicações, e o ministro era Pimenta da Veiga, do PSDB mineiro. Brockveld colocou sua proposta de R$ 48 milhões em envelope lacrado.
Brockveld diz ter sido procurado pouco antes da abertura das propostas pelas empresas Mannesmann, Siemens e Alstom para desistir da concorrência, pois estaria acertado previamente que as duas últimas seriam as vencedoras da licitação. Ele entregou o envelope, porém sequer foi aberto, pois sua empresa foi inabilitada por mudanças no processo de seleção em desacordo com o edital, segundo ele.
Siemens e Alstom foram às escolhidas, cobrando quase o dobro da Brockveld. As vencedoras ainda passaram a gerenciar outros três contratos no valor de US$ 100 milhões (cerca de R$ 230 milhões).
Em seguida, conta o empresário, a direção da Brockveld foi procurada pelas vencedoras para um acordo. Não contestaria a licitação, em troca de Siemens e Alstom dividirem com a perdedora parte do fornecimento dos equipamentos. No entanto, as empresas vencedoras não honraram os acordos, segundo o empresário.
Na CPI dos Correios, Edson Brockveld entregou toda a documentação sobre o caso. O subrelator, então deputado federal, hoje ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou, na audiência, que a CPMI iria solicitar ao Ministério Público o aprofundamento da investigação sobre o caso. Será que esse processo descansa em alguma gaveta por aí?
Como se vê, Aécio Neves pode ter mais motivos para se queixar de a Polícia Federal mexer nesse vespeiro do que a mera solidariedade a tucanos paulistas.”
FONTE: postado por Helena Sthephanowitz no blog “Os amigos do Presidente Lula” (http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2013/12/sera-que-o-escandalo-do-trensalao-paulista-pode-descarrilar-para-minas-1367.html).
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