quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

“MINISTRO DA JUSTIÇA NÃO PODE ENGAVETAR DENÚNCIAS”, diz Ministro Cardozo aos tucanos



Ministro foi ao Senado explicar as investigações da PF sobre denúncias de formação de cartel na compra de trens em SP.

“O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deu detalhes ontem, terça-feira (3), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, dos procedimentos adotados na investigação da Polícia Federal sobre denúncia de formação de cartel e pagamento de propina em licitações para compra de trens em São Paulo, conhecido como “caso Siemens”.

Cardozo reafirmou que, em maio deste ano, recebeu, em mãos, na casa dele, em São Paulo, as denúncias pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT) e que, conforme determina a lei, encaminhou o material ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.

Acho que não se pode desviar atenção do que é necessário. Cumpri meu dever, a polícia vai investigar. Se alguém tenta intimidar, obstaculizar a Polícia Federal e o CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], percam as esperanças, são órgãos republicanos. Os policiais federais e o CADE agem de maneira republicana, independentemente do partido que os dirija”, garantiu Cardozo.

O ministro também disse que não é papel dele comandar investigações. “Ministro da Justiça, pela lei, pode pedir a investigação, mas quem comanda, quem lidera, quem coordena é o delegado de polícia, não é nem o diretor-geral da Polícia Federal, é o delegado de polícia que, nesse caso, já cuidava desse inquérito desde 2008, nem foi escolhido por ninguém, já cuidava disso", disse, descartando "haver algum tipo de interferência política na Polícia Federal para prejudicar ou para auxiliar”.

Cardozo ressaltou ainda que cabe ao Ministro da Justiça zelar para que a isenção ocorra. “O ministro da Justiça não pode ser um engavetador de denúncias, porque ‘engavetador-geral’ é expressão sinônima de ‘prevaricador-geral’ e não esperem de mim, seja qual for a denúncia, e quais forem as pessoas envolvidas, um comportamento que seria juridicamente repreensível e eticamente deplorável”.

O PSDB, autor do requerimento que convidou Cardozo para dar explicações no Senado, aponta motivação política para a investigação e discrepância entre a versão em inglês e a tradução para o português de uma carta atribuída ao ex-executivo da multinacional Siemens, Everton Rheinheimer, com relatos sobre o suposto esquema de propina.

Sobre as diferentes versões da carta, Cardozo voltou a dizer que, na verdade, tratam-se de documentos diferentes e não de uma tradução. Hoje, quarta-feira (4), Cardozo irá à Câmara também para dar explicações sobre esse caso.”

FONTE: Agência Brasil. Transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230679&id_secao=1).

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