AÉCIO DESPENCA E DILMA VOLTA A CRESCER; MAS “OPERAÇÃO BARBOSA” TAMBÉM AVANÇA
QUAL A CARA DA OPOSIÇÃO EM 2014?
Por Rodrigo Vianna
“A semana que passou trouxe dois petardos contra a candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB). Um veio do céu: o helicóptero apreendido com 450 quilos de pasta de cocaína gerou muita tensão entre os tucanos de Minas. Emissários de Aécio procuraram [a mídia e] gente de todas as legendas, inclusive de partidos aliados de Dilma, pedindo que o caso não fosse explorado na guerra política.
O deputado estadual Perrelinha e o pai dele, senador Perrela, são muito próximos de Aécio. O mais novo (Perrelinha) integraria o círculo de jovens festeiros (mais festeiros do que jovens) que costumam se reunir em torno do presidenciável tucano. Não é à toa que a mídia velhaca tenha tratado o caso do “helipóptero” com extrema discrição: sabe-se do potencial destrutivo dessa história contra o homem que hoje é o líder (cada vez mais enfraquecido) da oposição.
A outra má notícia para Aécio veio das pesquisas eleitorais. O “DataFolha” mostrou uma candidatura frágil, a tal ponto que Joaquim Barbosa ficou à frente de Aécio numa das simulações feitas pelo instituto.
Curioso: o “DataFolha” testou o nome de Barbosa apenas no cenário com Aécio e Campos. Mas não testou Barbosa ao lado de Serra. Hum… O presidente do STF ultrapassaria também Serra? Não sabemos. A “Folha”, aparentemente, contentou-se em constranger Aécio; mas livrou a cara de Serra – velho amigo do jornal da Barão de Limeira.
Ligações e hábitos perigosos aparecem no caso do o caso do “helipóptero”
A pesquisa cai como uma luva para as pretensões serristas. Gera mais desconfiança nas hostes tucanas com o nome de Aécio. Valeria a pena insistir com ele? Não seria melhor mandar Aécio cuidar do quintal político em Minas, deixando a candidatura presidencial tucana com Serra? E a apreensão do “helipóptero” aponta na mesma direção: não seria arriscado ter como candidato um homem com tanto telhado de vidro?
A pesquisa do “DataFolha” é, também, o segundo passo da “Operação Barbosa”, desencadeada em 15 de novembro (sobre isso, escrevemos aqui). Ah, mas Barbosa aparece com “apenas” 15% dos votos no levantamento – e isso depois de semanas de exposição favorável na mídia, assumindo o papel de “justiceiro” do Brasil. Não é pouco? Não. 15% não é pouco. Barbosa, a esta altura, está exatamente do tamanho que interessa à oposição. 15% são mais do que suficientes como isca para o egocentrismo de Barbosa…
Claro que, numa campanha, Barbosa seria submetido ao contraditório, teria expostos seus telhados de vidro – que não são poucos. Mas quem disse que isso é um problema? Para o complexo tucano-midiático, Barbosa não surge como solução para “ganhar”. Basta, justamente, que ele tenha 15% a 20% dos votos. O justiceiro do STF pode cumprir exatamente o papel que coube a Marina em 2010: diante da pancadaria que se avizinha entre tucanos e petistas, os votos que o PSDB (com a máquina de boatos que conhecemos em 2010) conseguir retirar de Dilma não precisam ir para Serra (ou, vá lá, Aécio) num primeiro turno. Barbosa pode ser a Marina de 2014, ajudando a empurrar a eleição para um segundo turno…
Por isso, se a semana foi péssima para Aécio, ela foi apenas aparentemente boa para Dilma. A candidata petista voltou a subir no “DataFolha”, estaria perto de vencer num primeiro turno. Números enganosos. 2014 nos guarda uma campanha suja e duríssima: quem monitora as redes sociais sabe que se planeja nova onda de manifestações [estimuladas e manipuladas pela direita] para a época da Copa. O quadro está longe de ser estável para Dilma.
A oposição não tem programa? Ora, o programa é terror eleitoral, moralismo barato e uma pitada de desordem nas ruas. Barbosa serviria como válvula de escape, para colher parte dos votos dos “indignados” e “apolíticos”.
Marcos Coimbra, na “CartaCapital” esta semana, revela que as pesquisas qualitativas apontam crescimento assustador do contingente de eleitores que rejeitam “tudo que está aí”. Parte desses “indignados” pode se dirigir a uma candidatura “por fora” do meio político – bem trabalhada pela mídia.
A essa altura, Aécio naufraga e Dilma tem um leve favoritismo. Mas o quadro está longe de ser estável. E a eleição muito longe de estar decidida em favor da petista.”
FONTE: escrito pelo jornalista Rodrigo Vianna em seu blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/aecio-despenca-e-operacao-barbosa-avanca.html#more-23266).[Trecho entre colchetes adicionado por este blog 'democracia&política'].
A outra má notícia para Aécio veio das pesquisas eleitorais. O “DataFolha” mostrou uma candidatura frágil, a tal ponto que Joaquim Barbosa ficou à frente de Aécio numa das simulações feitas pelo instituto.
Curioso: o “DataFolha” testou o nome de Barbosa apenas no cenário com Aécio e Campos. Mas não testou Barbosa ao lado de Serra. Hum… O presidente do STF ultrapassaria também Serra? Não sabemos. A “Folha”, aparentemente, contentou-se em constranger Aécio; mas livrou a cara de Serra – velho amigo do jornal da Barão de Limeira.
Ligações e hábitos perigosos aparecem no caso do o caso do “helipóptero”
A pesquisa cai como uma luva para as pretensões serristas. Gera mais desconfiança nas hostes tucanas com o nome de Aécio. Valeria a pena insistir com ele? Não seria melhor mandar Aécio cuidar do quintal político em Minas, deixando a candidatura presidencial tucana com Serra? E a apreensão do “helipóptero” aponta na mesma direção: não seria arriscado ter como candidato um homem com tanto telhado de vidro?
A pesquisa do “DataFolha” é, também, o segundo passo da “Operação Barbosa”, desencadeada em 15 de novembro (sobre isso, escrevemos aqui). Ah, mas Barbosa aparece com “apenas” 15% dos votos no levantamento – e isso depois de semanas de exposição favorável na mídia, assumindo o papel de “justiceiro” do Brasil. Não é pouco? Não. 15% não é pouco. Barbosa, a esta altura, está exatamente do tamanho que interessa à oposição. 15% são mais do que suficientes como isca para o egocentrismo de Barbosa…
Claro que, numa campanha, Barbosa seria submetido ao contraditório, teria expostos seus telhados de vidro – que não são poucos. Mas quem disse que isso é um problema? Para o complexo tucano-midiático, Barbosa não surge como solução para “ganhar”. Basta, justamente, que ele tenha 15% a 20% dos votos. O justiceiro do STF pode cumprir exatamente o papel que coube a Marina em 2010: diante da pancadaria que se avizinha entre tucanos e petistas, os votos que o PSDB (com a máquina de boatos que conhecemos em 2010) conseguir retirar de Dilma não precisam ir para Serra (ou, vá lá, Aécio) num primeiro turno. Barbosa pode ser a Marina de 2014, ajudando a empurrar a eleição para um segundo turno…
Por isso, se a semana foi péssima para Aécio, ela foi apenas aparentemente boa para Dilma. A candidata petista voltou a subir no “DataFolha”, estaria perto de vencer num primeiro turno. Números enganosos. 2014 nos guarda uma campanha suja e duríssima: quem monitora as redes sociais sabe que se planeja nova onda de manifestações [estimuladas e manipuladas pela direita] para a época da Copa. O quadro está longe de ser estável para Dilma.
A oposição não tem programa? Ora, o programa é terror eleitoral, moralismo barato e uma pitada de desordem nas ruas. Barbosa serviria como válvula de escape, para colher parte dos votos dos “indignados” e “apolíticos”.
Marcos Coimbra, na “CartaCapital” esta semana, revela que as pesquisas qualitativas apontam crescimento assustador do contingente de eleitores que rejeitam “tudo que está aí”. Parte desses “indignados” pode se dirigir a uma candidatura “por fora” do meio político – bem trabalhada pela mídia.
A essa altura, Aécio naufraga e Dilma tem um leve favoritismo. Mas o quadro está longe de ser estável. E a eleição muito longe de estar decidida em favor da petista.”
FONTE: escrito pelo jornalista Rodrigo Vianna em seu blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/aecio-despenca-e-operacao-barbosa-avanca.html#more-23266).[Trecho entre colchetes adicionado por este blog 'democracia&política'].
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