“Documentos sigilosos do serviço
secreto dos Estados Unidos indicam que houve espionagem contra a delegação do
Brasil e de outros países no Conselho de Segurança da ONU em 2010, quando
sanções contra o governo do Irã foram aprovadas com o apoio americano.
Os papéis foram divulgados pela
revista "Época".
Segundo a reportagem, os EUA
espionaram 8 dos 15 integrantes do Conselho de Segurança, em maio daquele ano.
A reportagem cita três desses países, além do Brasil: Japão, México (membros
não permanentes) e França (permanente).
Conforme os papéis, o objetivo da
operação, comandada por agentes da NSA (Agência de Segurança Nacional dos
Estados Unidos), era antecipar como votariam integrantes que tendiam a adotar
posição contrária aos interesses americanos -que defendiam sanções duras ao Irã.
"O SIGINT foi um elemento-chave para manter a representante dos EUA na
ONU [a então embaixadora Susan Rice] informada sobre como os outros membros do
Conselho de Segurança da ONU votariam", informa trecho do relatório. O
SIGINT é uma missão permanente da NSA. É a abreviação de Signals Intelligence (Inteligência
de Sinais, em português).
Os documentos obtidos pela revista
não explicitam se houve acesso a conteúdo de e-mails trocados entre as
autoridades, ou se houve grampo nos telefonemas.
Desde a revelação do sistema de
espionagem encabeçado pela NSA, a partir de documentos vazados pelo ex-técnico
da CIA Edward Snowden, o governo americano tem defendido que a NSA só tem
acesso aos chamados "metadados" - ou
seja, o registro das comunicações, como quem ligou para quem e em que horário.
Os documentos também trazem declaração
direta de Rice, que hoje é uma das mais próximas conselheiras de Barack Obama
na área de segurança. "O SIGINT me
ajudou a saber quando outros membros permanentes estavam falando a verdade... se
revelou suas reais posições sobre as sanções." Segundo a reportagem,
mais de cem relatórios foram produzidos.
A tensão com o programa nuclear do
Irã simbolizou um dos momentos de maior independência da política externa do
governo Lula.
O Brasil, diante do endurecimento do discurso americano, decidiu tentar uma mediação junto ao governo iraniano. O objetivo era convencer o Irã a enriquecer o urânio -primeiro passo para eventual produção de uma bomba nuclear- na Turquia.
A solução permitiria maior controle
internacional sobre as reais intenções do regime iraniano, que sempre afirmou
defender o uso nuclear apenas para fins pacíficos.
A resolução apoiada pelos americanos
foi aprovada em maio daquele ano. O Brasil votou contra. O Palácio do Planalto,
o Itamaraty e o Instituto Lula não se manifestaram sobre a reportagem.”
FONTE: jornal “Folha de São Paulo”,
tucano, da oposição direitista, portanto antinacional, pró-EUA (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/07/1317970-eua-espionaram-brasil-na-onu-diz-revista.shtml). [Imagems do Google adicionada por
este blog ‘democracia&política’].
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