Do jornal 247
“Programas oficiais
como ‘Bolsa-família’, ENEM e ‘Mais Médicos’, o regime de pleno emprego e o controle da inflação já foram, um a um, dinamitados,
antecipadamente, pela mídia tradicional. Ao que se pode ler nos últimos meses
em revistas como ‘Veja’, ‘Exame’ e ‘Época’, o fracasso de todas as principais
iniciativas do governo Dilma, sem exceção, era líquido e certo. Na vida real,
porém, o quadro é outro: inflação de
junho foi de 0,07%, ‘Mais Médicos’ bateu metas, ENEM superou recordes, ‘Bolsa-família’
é copiado mundialmente e estádios, que a ‘Veja’ previu para 2038, já foram
entregues e estão em uso. Até aposta em que se cantaria o Hino Nacional de
costas, na Copa das Confederações, deu errado, assim como a do apagão de
energia. A mídia vai se emendar?
Um a um, todos os principais
programas lançados pela presidente Dilma Rousseff foram dinamitados, desde logo
e sem piedade, pela imprensa tradicional. A vida real, no entanto, mostrou, com
o tempo, que todas, repita-se, to-das, as sinistras previsões multiplicadas
pela mídia não pagaram as apostas. Em outras palavras, o escrito não valeu.
Acompanhe:
INFLAÇÃO DISPARADA
O terrorismo midiático com
forte viés ideológico previu, no início do ano, uma disparada sem freios da
inflação, com uma capa da revista ‘Veja’, em janeiro, mostrando Dilma, em
montagem grosseira, pisando no tomate. Na ‘Rede Globo’, Ana Maria Braga, quem não
se lembra?, exibiu um colar em que os legumes vermelhos faziam as vezes de
pérolas. Em junho, no entanto, a variação do Índice de Preços aos Consumidor (IPC) foi de ínfimos 0,07% e, para
julho, todas as previsões convergem para uma deflação. Até o presidenciável
José Serra, em teleconferência esta semana, admitiu que o índice inflacionário
fechará o ano dentro da meta prevista pelo BC. O assunto, assim, saiu da pauta.
APAGÃO ENERGÉTICO
Antes da aposta na alta dos
preços, não houve noticiário de jornal ou colunista que não tivesse cravado, na
virada do ano, um iminente apagão de energia elétrica no País. Nesse campo, a
ênfase mais especial partiu no jornal ‘Folha de S. Paulo’ e sua articulista
Eliane Cantanhêde. As defesas feitas pela presidente em pessoa e o ministro
Edson Lobão, das Minas e Energia, foram ironizadas e desprezadas.
LUZ MAIS CARA
O propalado colapso no sistema
de energia, porém, não se deu, e o Brasil continuou com suas luzes acesas,
apesar do obscurantismo da mídia tradicional. Mais ainda, o igualmente
combatido plano federal de barateamento das contas de luz para todos os
consumidores do País, indiscriminadamente, por meio de subsídios oficiais, deu
certo – e, hoje, o que se paga pela
energia é mais de 10% menos do que o custo no início do ano.
FRACASSO DO ENEM
A aposta pelo caos energético
foi sucedida, este ano, pela cravada geral na imprensa de que o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
seria um retumbante fracasso. Desta feita, foi o jornal ‘O Estado de S. Paulo’
quem mais aplicadamente bateu o bumbo da derrota governamental. O que se
viu quando foram contadas oficialmente as inscrições do ENEM de 2013,
entretanto, foi um recorde espetacular, com mais de 7,8 milhões de adesões
espontâneas da classe estudantil. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
outro que não encontrava repercussão para suas previsões de sucesso, acertara
em cheio.
BOLSA-FAMÍLIA INÚTIL
Hoje um sucesso mundial,
exportado para diferentes países, o Bolsa-Família, dinamizado no atual governo,
que o levou para mais de 10 milhões de lares no País, foi ironizado, escrachado
e combatido de todas as formas. O fato, gostem os barões da mídia ou não, é que
ele sobreviveu, proliferou e modernizou-se com o passar dos anos, tornando-se o
ponto de alavancagem para que 40 milhões de brasileiros, nos últimos anos,
superassem sua situação de pobreza extrema.
‘MAIS MÉDICOS’ DERROTADO
Na sexta-feira 26, quando o
programa ‘Mais Médicos’, que visa situar profissionais de Medicina nos rincões
do Brasil, com salários de até R$ 10 mil para os que aceitarem o desafio,
encerrou suas inscrições, mais do mesmo. Atacado por todos os flancos, o ‘Mais
Médicos’ obteve 18,4 mil inscrições de interessados em participar, além da
adesão de mais de 3,5 mil municípios, ou 63% do total das cidades brasileiras.
Um sucesso que a mídia tradicional, outra vez, não apenas não soube adiantar ao
público, como o colocou no rumo errado de que, assim como os já citados
anteriormente aqui, não haveria chance de dar certo. O problema, sobre esse
noticiário, é que a primeira etapa do programa superou, sim, até as previsões
mais otimistas – e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode respirar
aliviado.
DESEMPREGO GALOPANTE
Para usar a expressão repetida
pelo papa Francisco, a mídia tradicional, agora, "bota fé" na
escalada de desemprego, depois que os dados de junho mostraram, pela primeira
vez desde 2009, uma interrupção no crescimento do mercado de trabalho. O
ministro Guido Mantega, da Fazenda, que, de resto, já foi retirado de seu cargo
diversas vezes no noticiário recente, não apenas está lá, como garantindo que o
derrotismo espalhado pelos jornais não irá triunfar. Ele assegurou que todos os
indicadores do governo apontam para a manutenção da taxa de desemprego em torno
do nível atual de 6% até o final do ano e, como das vezes anteriores, suas
palavras são questionadas fortemente, como se, ao menos desta vez, e num ponto
estratégico para o governo, a mídia queira receber o prêmio de sua aposta.
ESTÁDIOS PARA 2038
Num cúmulo de erro matemático,
só explicado pela distorção ideológica produtora de parcialidade, a revista ‘Veja’,
carro-chefe da ‘Editora Abril’, chegou a assegurar, em uma de suas capas de
2012, que os novos estádios de futebol planejados para a Copa do Mundo só
ficariam prontos, isso mesmo, em 2038! Hoje, à parte a discussão sobre custos e
fiscalização no emprego de recursos, o que se sabe, a olhos vistos, é que todos
os estádios prometidos, sem exceção, ou já estão prontos, e em pleno
funcionamento, ou em vias de serem entregues. Um dos antecessores do papa
Francisco já admitiu que nem mais os papas são infalíveis, mas a ‘Veja’, apesar
de todos os seus erros mal intencionados, continua vendendo a sua
infalibilidade. Mas quem acredita ainda nisso?
HINO NACIONAL DE COSTAS
O jogo de 'quanto pior, melhor' praticado pela imprensa, que no passado tinha
a ‘imparcialidade’ como um de seus dogmas [!], levou a mídia a vender ao
público a certeza de que o público que lotou a Arena Fonte Nova, na Bahia, para
ver a estréia do Brasil contra o Japão, na Copa das Confederações, em junho,
iria cantar o Hino Nacional de costas para o campo. O que houve de real, no
entanto, foram mais de 40 mil pessoas emocionando os jogadores em campo com
suas vozes a plenos pulmões, mão no peito, respeitando o símbolo nacional em
todos os seus versos. De frente e com a cabeça erguida. De quebra, a
desacreditada, pela mesma mídia, a Seleção Brasileira de Futebol venceu de
forma invicta e espetacular o torneio –
levando dezenas de jornalistas-torcedores a rasgarem suas inúteis apostas na
derrota.
ACREDITE SE QUISER
Jogando em previsões sinistras
e, ao não vê-las se realizarem, perdendo verticalmente em credibilidade, a
mídia tradicional, nos dois últimos anos, está muito mais confundindo os
leitores do que os informando sobre o que, de fato, está acontecendo. Fosse de
outra forma, os casos registrados acima não poderiam ser narrados. Mas podem,
porque verdadeiros.
Uma previsão séria, diante
desse quadro passado, é a de que, sem a menor dúvida, a mídia que insistir na
leitura da realidade pelo caleidoscópio da ideologia irá continuar, cada vez
mais, confundindo e desinformando. Acredita quem quiser no que lá está escrito.”
FONTE: Jornal Brasil 247 (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/109747/Terror-midi%C3%A1tico-naufraga-diante-da-realidade.htm).
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