Por Eduardo Guimarães
“Atenção para um pronunciamento da
Excelentíssima Senhora Presidenta da República, Dilma Rousseff
Minhas amigas e meus amigos,
O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou na semana passada que o Brasil tem hoje o menor
nível de desigualdade da história documentada do país. Em 2011, o índice de GINI,
que mede a desigualdade de renda entre os brasileiros, foi de 0,527, o menor
desde 1960.
Entre 2001 e 2011, no Brasil, houve crescimento
real de 91,2% na renda dos 10% mais pobres. No caso dos 10% mais ricos, o
aumento foi 16,6%. Segundo o IPEA, o aumento da renda na base da pirâmide
relativiza o fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.
Comentar esse feito do Brasil ao longo da última
década torna-se imperativo para prestar contas a você, cidadã ou cidadão, sobre
que projeto de país o meu governo vem implantando. Um projeto em que todas as
classes sociais estão ganhando, com aumento de renda e, consequentemente, de
poder aquisitivo tanto para ricos quanto para pobres.
O Brasil promoveu justiça social, que é cada
cidadão ter condição minimamente digna de vida, de não ter que se submeter à
fome, ao desabrigo, a doenças há muito erradicadas no mundo desenvolvido, à
ignorância, à violência, a condições a que qualquer um de nós ser submetido
envergonha a todos, pois o próprio conceito de nação encerra o sentimento de
solidariedade entre irmãos de sangue e cultura.
O Brasil de 2013, pois, é um país em que conseguir
um emprego deixou de ser uma loteria como fora há mais de uma década, e no qual
o salário já permite adquirir o básico para a dignidade, mas não só. Para um
contingente crescente de brasileiros, a renda do trabalho deu acesso a bens
maiores e de todo tipo, inclusive culturais.
O país ainda não conseguiu, porém, melhorar
consistentemente a qualidade dos seus serviços públicos. Além disso, as tensões
sociais oriundas de ainda termos uma das piores distribuições de renda do mundo
continua mantendo um nível de violência e criminalidade que poderia ser muito
menor se o nosso Brasil fosse mais justo.
Nesse contexto, a queda da desigualdade anunciada
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sinaliza que caminhamos na direção
correta. A melhora econômica que o Brasil experimentou ao longo da última
década, quando o Produto Interno Bruto deu um salto, chegando hoje a quase 5
trilhões de reais, foi bem melhor distribuída entre os brasileiros.
Esses trilhões de reais que se somaram às riquezas
que aqui se produz ano a ano não foram distribuídos como deveriam, mas foram
distribuídos como nunca antes na história deste país se fez de maneira tão
justa, por insuficiente que tenha sido.
O grande desafio do Brasil desta década, portanto,
será fazer nos serviços públicos o que está se fazendo na construção de um
patamar aceitável de justiça social, ou de uma distribuição de renda e de
oportunidades que não empurre legiões de jovens para o crime ou para vidas
improdutivas e, muitas vezes, com finais trágicos que oneram e até ameaçam a
sociedade.
Este país, mostrando que é capaz de se tornar mais
justo por decisão própria, seguramente será capaz de superar o desafio de
tornar melhor a vida da coletividade por ação de melhores serviços públicos.
Alcançadas as condições de trabalho e sobrevivência minimamente dignos, é hora
de o Brasil alçar voos mais altos, rumo ao país que todos almejamos.
(…)
Nota: é óbvio que o texto acima é uma ficção forjada pela esperança do
blogueiro em seu país.”
FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog
“Cidadania” (http://www.blogdacidadania.com.br/2013/07/um-pronunciamento-para-dilma/).
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