Do Brasil 247”
“Acusado na Suíça de receber propinas, o engenheiro João Roberto Zaniboni, que foi diretor da ‘Companhia Paulista de Trens Metropolitanos’ e movimentou R$ 32,9 milhões por meio de sua empresa de "consultoria", também registrou "doações eleitorais" a políticos importantes do PSDB. Em 2012, por exemplo, ele foi o segundo maior doador de Mário Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas, que se elegeu vereador. Zaniboni também fez "doações" a secretários de Geraldo Alckmin, como Bruno Covas e José Aníbal.
Tratado até agora, por parte da imprensa, como “um caso isolado de corrupção”, que envolveria “apenas técnicos dos setores de transporte e energia” do governo paulista, o escândalo dos trens em São Paulo se parece, cada vez mais, com um esquema sistêmico de desvio de recursos públicos, destinado a financiar campanhas políticas do PSDB.
É o que aponta reportagem publicada no sábado pelos jornalistas Fausto Macedo, Fernando Gallo e Ricardo Chapola, do jornal “O Estado de S. Paulo” (leia aqui). Eles levantaram a informação de que a “Focco Tecnologia”, do engenheiro João Roberto Zaniboni, investigado na Suíça por receber propinas da “Alstom” e por lavagem de dinheiro, foi também um dos grandes “doadores” de campanhas tucanas.
Além de receber recursos da “Alstom”, Zaniboni, um ex-diretor da “Companhia Paulista de Trens Metropolitanos”, também movimentou R$ 32,9 milhões em suas contas, por “serviços de consultoria” pagos pelo governo paulista.
Próximo ao ex-governador Mário Covas, Zaniboni foi o segundo maior "doador" da campanha de Mário Covas Neto, o Zuzinha, que, em 2012, se elegeu vereador. Ele também fez "doações" a dois secretários de Geraldo Alckmin: Bruno Covas, do Meio Ambiente, e José Aníbal, de Energia.
No Brasil, Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Na Suíça, já está indiciado por lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ele seria "intermediário no pagamento de propinas". A doação a Zuzinha, em 2012, foi de R$ 50 mil. Bruno Covas recebeu R$ 2 mil e José Aníbal, R$ 4 mil. Eles afirmam que as doações foram legais e registradas pela Justiça Eleitoral.”
FONTE: do "Brasil 247” (http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/122489/Condenado-por-propina-na-Su%C3%AD%C3%A7a-fez-doa%C3%A7%C3%B5es-ao-PSDB.htm).
COMPLEMENTAÇÃO
DINHEIRO DE PROPINA DE TRENS ABASTECEU CAMPANHA DO PSDB
“A “Focco Tecnologia”, empresa de ex-diretores da “Companhia Paulista de Trens Metropolitanos” (CPTM) suspeitos de envolvimento com o cartel metroferroviário em São Paulo, foi a segunda maior doadora da campanha do vereador tucano Mário Covas Neto, o Zuzinha, em 2012.
A consultoria também deu dinheiro, em menores quantidades, a outros políticos do PSDB na campanha de 2010, que hoje estão no primeiro escalão do governo Geraldo Alckmin (PSDB): o secretário estadual de Meio Ambiente e deputado estadual licenciado Bruno Covas e o secretário estadual de Energia e deputado federal licenciado, José Aníbal.
Sócios da empresa, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo foram indiciados pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de cartel e crime financeiro. Zaniboni foi condenado pela Justiça da Suíça por lavagem de dinheiro.
A “Focco” já recebeu R$ 32,9 milhões do governo paulista entre 2010 e 2013 por "serviços de consultoria". Ela assinou contratos para "supervisão de projetos" com CPTM, Metrô, Agência Reguladora de Transportes do Estado (ARTESP), Secretaria de Transportes Metropolitanos e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
A PF aponta Zaniboni e Araújo como "intermediários no pagamento de propinas" para beneficiar cartel no sistema metroferroviário suspeito de atuar nos governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Zuzinha e Bruno Covas são, respectivamente, filho e neto do ex-governador Mário Covas. Este era o governador em 1998, ano em que a multinacional alemã Siemens sustenta ter começado a operar o cartel no setor metroferroviário do Estado. Covas morreu em 2001, foi sucedido pelo então vice, Alckmin, atual governador, que terminou o mandato [de Covas].
A “Focco” doou R$ 50 mil para Zuzinha em 2012, ano da primeira campanha do filho de Covas. Era a segunda maior doadora do total de R$ 904,7 mil que o vereador declarou ter recebido. Ele ficou em oitavo lugar nas eleições, com 61 mil votos, e assim conquistou uma das 55 cadeiras do Legislativo municipal.
Em 2010, a consultoria de Zaniboni e Araújo já havia doado para as campanhas do sobrinho de Zuzinha, Bruno Covas, e de José Aníbal. Bruno acabaria se tornando o deputado estadual mais votado, com 239.150 votos. Ele contou com uma doação de R$ 2 mil, e Aníbal com uma de R$ 4 mil.
O atual secretário de Energia do Estado ainda recebeu uma doação de R$ 2 mil do consultor Arthur Teixeira, apontado pelo Ministério Público como lobista do cartel. Aníbal foi eleito como o 19º deputado federal mais bem votado, com 170.957 votos.
DESLIGAMENTO
Zaniboni e Araújo, sócios da “Focco”, foram os primeiros agentes públicos a serem indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o cartel dos trens - há outros indiciamentos envolvendo o cartel, mas no setor de energia.
Zaniboni foi diretor de Operações e Manutenção da CPTM entre 1999 e 2003, e Araújo foi diretor de Obras e Engenharia da estatal entre 1999 e 2001. Zaniboni se tornou sócio da “Focco” em 2008, quando já estava fora da estatal do governo tucano. Após ter seu nome envolvido com o escândalo do cartel, em agosto deste ano, ele deixou a sociedade com Araújo.”
FONTE da complementação: do blog “Os amigos do Presidente Lula” com informações do jornal ‘O Estado de São Paulo’ (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/).
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