quarta-feira, 3 de abril de 2013

O BRASIL PRECISA SE ARMAR


Do portal "Conversa Afiada": 

“NÃO USAR A BOMBA NÃO SIGNIFICA RENUNCIAR A SABER FAZÊ-LA. FOI UM CRIME FHC ASSINAR O TRATADO DE NÃO-PROLIFERAÇÃO.

O portal Conversa Afiada” reproduz irretocável artigo de Mauro Santayana publicado no “Jornal do Brasil”:

FORJEMOS NOSSAS ARMAS

Por Mauro Santayana

“O governo da Presidente Dilma Roussef decidiu alterar as leis sobre a indústria bélica e editar normas para a política de defesa, que incentivam a produção nacional de armas e o desenvolvimento de processos tecnológicos autônomos. Os nossos leitores habituais devem recordar-se de matéria sobre o assunto que publicamos neste mesmo “Jornal do Brasil” sobre o tema em 16 de agosto do ano passado. No texto, citávamos a dramática advertência do general Maynard Santa Rosa: em caso de agressão estrangeira, só dispomos de munição para uma hora de resistência.


Um dos maiores erros dos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, se não o mais grave, foi desarmar o Brasil. A doutrina FHC se baseava no falso conformismo de que jamais poderíamos nos defender do poderio bélico norte-americano e seria melhor transformar as forças armadas em corpos policiais destinados ao combate ao tráfico de drogas, sob o comando continental dos Estados Unidos, ‘of course’.


Todos os povos que se prezam são obrigados a defender-se dos eventuais inimigos. As nações se formam dentro de espaços naturais, em que devem viver em paz, preocupando-se com seus recursos, com a felicidade e com a defesa de sua liberdade. À soma de espaço e liberdade chamamos soberania, no léxico político moderno. Nas guerras, sempre indesejadas, as nações agredidas, qualquer que seja a sua capacidade bélica, são eticamente obrigadas a resistir. 

Churchill, ao opor-se à capitulação de Chamberlain, ponderou que uma nação, quando se defende com a coragem do patriotismo, pode ser derrotada sem perder a honra, mas, ao capitular sem luta, perde o respeito do inimigo e das nações neutras.

O vencedor trata com natural desprezo os que se entregam sem luta, ainda que em nome da paz. É essa a diferença entre os soviéticos, que perderam rios de sangue na Segunda Guerra Mundial, e puderam hastear sua bandeira no Reichstag, enquanto Hitler se matava – e os franceses de Pétain e Laval, que se entregaram quase sem luta. Ainda bem que, no caso da França, os “maquisards” salvaram a face de seu povo, na dura resistência contra os ocupantes.

O Brasil é um dos poucos países do mundo capazes de viver com autonomia dentro de suas próprias fronteiras, o que o dispensa da sedução de conquista de espaços alheios. É um dos maiores do mundo em extensão territorial contínua, em que se fala a mesma língua, com invejável insolação e imensos depósitos de água potável. E exatamente por isso é obrigado a manter forças armadas capazes de dissuadir os eventuais cobiçosos.

A experiência continental nos adverte de que não podemos manter alinhamentos internacionais automáticos. Não cabe discutir aqui se a Argentina agiu bem, ao tentar recuperar, pela força, o que pela força perdera, ou seja, a soberania sobre as Malvinas. O fato é que Washington não interveio em favor da paz: colocou-se inteiramente ao lado de Mme. Thatcher, sem ir mais fundo na discussão da soberania argentina, reconhecida por todos os seus vizinhos da América do Sul.

A nova doutrina brasileira busca estabelecer parcerias não só comerciais, mas estratégicas. E, para que não ocorra a pressão sobre os nossos parceiros, é melhor negociar com países emergentes – no caso, os BRICS.

Cometemos um erro estratégico ao assinar o famoso “Tratado de Não Proliferação Nuclear”. A decisão de não usar determinado instrumento bélico não nos deve tolher o processo de sua fabricação e a técnica de seu emprego.

Armemo-nos todos, ou nos desarmemos todos, sem exceção.”

FONTE: portal Conversa Afiada”, que reproduziu artigo de Mauro Santayana publicado no “Jornal do Brasil”  (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/04/02/santayana-o-brasil-precisa-se-armar/) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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